Messias Donato questiona nota técnica do Ministério da Saúde que autoriza aborto até os 09 meses de gestação

Messias Donato questiona nota técnica do Ministério da Saúde que autoriza aborto até os 09 meses de gestação
Grupo Parlamentar Brasil-Israel (GPISRAEL) realiza a primeira reunião de trabalho com objetivo de definir seus integrantes e eleger presidente e vice, além de votar o regimento interno do colegiado. O grupo pretende incentivar e desenvolver as relações entre os Legislativos dos países. Em pronunciamento, à bancada, deputado Messias Donato (Republicanos-ES). Foto: Roque de Sá/Agência Senado

O deputado federal Messias Donato protocolou requerimento de informação (nº 315/2024) à ministra da Saúde questionando a Nota Técnica Conjunta n° 2/2024-SAPS/SAES/MS que autoriza a realização do aborto legal até o ciclo final da gestação.

Ele pontua, no documento, que a legislação abre um excludente de ilicitude para o procedimento em apenas três casos e que isso não pode ser tratado como um direito.

 

“Ao abrir esse precedente, o Governo faz um claro e perigoso gesto à implementação de assassinatos de bebês mesmo até o último dia da gestação”, diz.

 

No requerimento, o parlamentar afirma: “a decisão do Ministério da Saúde é profundamente preocupante e representa um retrocesso nas políticas de proteção à vida e à saúde das mulheres e do nascituro”.

 

Messias Donato demonstra preocupação também com o item 3.14 da nota, o qual utiliza-se de “teorias com animais” para afirmar que “o feto muito provavelmente não é capaz de sentir dor”.

 

 

“É completamente inimaginável que pessoas supostamente capacitadas para ocupar posições importantes dentro de um ministério como o da Saúde digam que ‘teorias com animais’ são base para ‘supostamente’ se acreditar que o nascituro não sente dor. Não só comparam o ser humano ao animal como atestam não haver 100% de certeza de que essa teoria é totalmente correta. Absurdo”, classifica.

 

 

“Na medida em que a gravidez avança”, destaca, “aumentam-se os riscos de complicações para a saúde da mulher, incluindo hemorragias, infecções e lesões uterinas. Estender o prazo para a realização do aborto até as 42 semanas de gestação pode expor as mulheres a um maior risco de danos físicos e emocionais”.

 

Os questionamentos apresentados são:

1. Como o Ministério da Saúde justifica a revogação da limitação para o procedimento de aborto, permitindo assim que sua realização seja realizada até as 42 semanas de gestação nos casos em que não é punido no Brasil, considerando os potenciais impactos éticos e morais
dessa medida?

2. Quais evidências científicas e médicas foram consideradas ao estender o prazo para a realização do aborto, e como essas evidências foram ponderadas em relação aos direitos e proteção do nascituro?

3. De que forma o Ministério da Saúde pretende mitigar o risco de abuso ou uso inadequado dessa nova permissão, especialmente considerando a possibilidade de pressão social ou familiar sobre mulheres em situação de vulnerabilidade?

4. Como a decisão de estender o prazo para o aborto se alinha com os princípios éticos e valores da sociedade brasileira, que historicamente tem valorizado a proteção da vida desde a concepção?

5. Como essa decisão reflete os compromissos do Brasil com a proteção dos direitos humanos, especialmente considerando o direito à vida, consagrado em diversos tratados internacionais?

6. Houve uma avaliação detalhada dos riscos e benefícios associados à extensão do prazo para o procedimento de aborto, levando em consideração não apenas os aspectos médicos, mas também os aspectos sociais, culturais e éticos?

7. A pasta, ao dizer “muito provavelmente não é capaz de sentir dor”, não estaria atestando que não possui completa certeza baseada na ciência a respeito da afirmação? E como o Ministério entende ser viável a utilização de “teorias com animais” para embasar referida tese?

OUTRAS AÇÕES

Messias Donato também assinou requerimento de convocação da ministra Nísia Trindade e Projeto de Decreto Legislativo para revogar a nota técnica.

NÍSIA RECUA

Horas após a publicação da nota, a oposição e a sociedade brasileira se posicionaram frontalmente contra. Por isso, a ministra da saúde, Nísia Trindade, recuou e suspendeu o documento.