Covid-19: Proteção para as crianças em escolas deve ser extensa

Covid-19: Proteção para as crianças em escolas deve ser extensa

Em tempos de pandemia, o uso de máscaras, o distanciamento e a higienização das mãos já se tornaram um “mantra” que deve ser executado e seguido por todos, em qualquer idade.

Mas, no caso das crianças que voltaram recentemente as aulas presenciais, a preocupação deve ir além. É que com a baixa cobertura vacinal, doenças já controladas, como o sarampo, a coqueluche e a poliomelite, podem se aproveitar da volta do convívio social para se disseminarem novamente.

Por isso, a pediatra, especialista em imunização, Fabiana Frasson, ressalta três passos são fundamentais para proteger os pequenos:

1. Ficar atento a sintomas

2. Visitar sempre o pediatra

3. Colocar a vacinação de outras doenças em dia

“Não se pode deixar de lado a imunização de rotina. Caso contrário, a população corre o risco de substituir uma doença mortal por outra”, alerta. A especialista argumenta que é importante agir agora – tanto na vacinação, quanto nos cuidados da transmissão das doenças.

“A atualização da carteirinha de vacinação é fundamental, assim como a necessidade do isolamento a qualquer sinal de doenças virais. Isso vale para estudantes, professores e todos os outros funcionários. E também temos que lembrar que as doenças respiratórias, que apresentam sintomas parecidos com uma gripe ou um resfriado, podem ser, na verdade, Covid-19”, ressalta.

Vacina contra sarampo teve queda de cobertura na pandemia

Durante o ano de 2020, em meio a pandemia do Coronavírus, mais de 22 milhões de crianças perderam sua primeira dose da vacina contra o sarampo. Isso representa 3 milhões a mais do que em 2019.

Os dados divulgados pela Organização Mundial da Saúde (OMS) e pelo Centro de Controle e Prevenção de Doenças dos Estados Unidos (CDC, sigla em inglês) representam o maior aumento em duas décadas e desperta preocupação em relação ao surgimento de novos surtos.

O retorno dos pequenos ao posto de vacinação também tem causado preocupação, pois apenas 70% das crianças receberam a segunda dose da vacina contra o sarampo – bem abaixo dos 95% de cobertura necessária para proteger as comunidades da propagação do vírus.

A entidade de saúde alerta que embora os casos de sarampo tenham diminuído 80%, em 2020, comparado com o número do ano anterior, o caminho para a eliminação da doença ainda é longo.

Acompanhamento de casos precisa melhorar

De acordo com a OMS, o acompanhamento dos casos de sarampo vem sendo precário. “O fraco monitoramento, teste e notificação do sarampo colocam em risco a capacidade dos países de prevenir surtos desta doença altamente infecciosa”, disse a instituição em nota.

Fabiana Frasson alerta que estes fatores somados aumentam a probabilidade de mortes relacionadas ao sarampo e complicações graves em crianças.

“Isso serve para o sarampo e também outras doenças evitáveis por meio da vacina. Além disso, para reduzir o risco de contrair infecções, é fundamental ainda manter a imunidade em dia. Ou seja, vale ficar de olho nos hábitos das crianças, incluindo alimentação, prática de exercícios e qualidade do sono”, orienta.

 

 

Reprodução: Folha Vitória