Espírito Santo registra 15 casos de meningite e reforça cuidados

Espírito Santo registra 15 casos de meningite e reforça cuidados

O Espírito Santo registrou, em janeiro, 15 casos de meningite, entre viral, bacteriana e fúngica, e cinco mortes provocadas pela doença. A informação é da Secretaria de Estado da Saúde (Sesa), que nesta terça-feira (08) divulgou um alerta de que o número de casos de meningite tipo C estão aumentando no estado.

Ainda de acordo com a secretaria, entre janeiro e dezembro do ano passado, foram confirmados 79 casos de meningite em todo o Espírito Santo, com 18 óbitos.

O subsecretário de Estado de Vigilância em Saúde, Luiz Carlos Reblin, destacou que a meningite é uma doença imunoprevenível, ou seja, pode ser evitada pela vacinação.

“Por isso, é importante estarmos com a vacinação em dia, especialmente a de crianças e adolescentes, cuja vacinação contra a meningite está presente no Calendário Vacinal”, ressaltou.

Todas as formas de meningite precisam de atenção especial pela gravidade que a doença pode desenvolver, entre as quais se destaca a Meningite Meningocócica C. Em 2022, segundo a Sesa, foram confirmados seis casos e dois óbitos pela doença.

A Secretaria da Saúde informou também que, referentes à vacinação de 2021 contra a Meningite Meningocócica C, o Estado ainda não alcançou a meta preconizada pelo Ministério da Saúde de 95%.

Segundo a pasta, para crianças menores de um ano, a cobertura da Meningococo C está em 72,57%. Já para crianças com um ano, a cobertura é de 69,96%. Para adolescentes, a cobertura da Meningococo CWY é de 38,56% para a faixa etária de 11 anos de idade e, 25,43%, para de 12 anos.

Além disso, a Sesa destacou que, apesar da faixa etária em maior risco de adoecimento ser crianças menores de um ano de idade, os adolescentes e adultos jovens são os principais responsáveis pela manutenção da circulação da doença na comunidade, sendo que a forma de controlar a Meningite Meningocócica C é manter elevadas coberturas vacinais tanto na população infantil quanto em adolescentes.

Nota de alerta aos municípios sobre situação da meningite no ES

Em virtude do cenário atual, o Centro de Informações Estratégicas e Respostas em Vigilância em Saúde (CIEVS) da Sesa encaminhou às secretarias municipais de saúde, na segunda-feira (07), uma nota de alerta à situação epidemiológica da doença.

“Alertamos os profissionais de saúde capixaba tanto em relação ao cenário quanto ao manejo adequado de casos suspeitos pela meningite”, frisou o coordenador do Centro de Informações Estratégicas e Respostas em Vigilância em Saúde, Gilton Almada.

O alerta, segundo Almada, ocorre devido à investigação de casos de Meningite Meningocócica C no município de São Roque do Canaã, no norte do Estado. Ainda de acordo com o coordenador, a investigação teve início na última sexta-feira (04).

“Estivemos durante o final de semana anterior na cidade e voltamos esta semana para dar continuidade à investigação, além de realizar ações de bloqueio para evitar a propagação de mais casos na região. Esta é uma doença que é passada pelo contato direto de secreções, por isso a importância de identificar aqueles que tiveram contato direto com os casos positivos para dar início à quimioprofilaxia, o tratamento preventivo”, explicou Almada.

Outra ação importante que será realizada ao longo da semana no município de São Roque do Canaã será, mediante o apoio do Programa Estadual de Imunizações e Vigilância das Doenças Imunopreveníveis, a intensificação da rotina de vacinação.

“Realizaremos uma capacitação para os profissionais de saúde do município sobre a ampliação temporária da vacinação e a aplicação da vacina meningocócica C e ACWY para dar início, ainda nesta quinta-feira (10), à vacinação contra a doença meningocócica C da população de 3 meses a 29 anos”, informou a coordenadora do Programa Estadual de Imunizações e Vigilância das Doenças Imunopreveníveis (PEI), Danielle Grillo.

Ela acrescentou que a ação de intensificação ocorre em caráter especial e contou com a autorização do Ministério da Saúde. A vacina será aplicada na população de 3 meses a 29 anos que não tenha recebido quaisquer doses ou esteja com esquema incompleto.

Para os demais municípios, a vacinação contra a doença meningocócica segue o Calendário Nacional, com doses disponíveis às crianças menores de um ano, crianças de um ano e adolescentes de 11 e 12 anos.

Preocupação com a meningite C

Em uma nota técnica, divulgada nesta terça-feira, a Sesa demonstrou preocupação com a transmissão da meningite e suas possíveis complicações. O documento também traz as condutas que os profissionais de saúde devem tomar em caso de suspeita.

Na nota, a Sesa explica que a meningite meningocócica do tipo C é causada pela bactéria Neisseria meningitidis. Esta doença pode acometer em qualquer idade. Entretanto, é mais frequente em crianças menores de 5 anos.

No Brasil, o sorotipo mais comum encontrado dos casos de meningite bacteriana é o C, correspondendo a mais de 60% dos casos.

“A doença meningocócica do tipo C pode ser transmitida através do contato direto com secreções provindas da fala, tosse, espirro e beijos ou, ainda, fezes do paciente contaminado com a bactéria Neisseria meningitidis”, diz a nota.

Os sintomas apontados pela nota da secretaria são febre alta, dor de cabeça, rigidez de nuca, manchas vinhosas grandes ou pequenas na pele, confusão mental, dor de garganta, vômitos/náuseas (nem sempre, inicialmente), sonolência, dificuldade para acordar, dor nas articulações, irritação, fotofobia, cansaço, falta de apetite.

 

 

Reprodução: Folha Vitória