Oficina de artes é ferramenta de transformação para pessoas em situação de rua em programa Vida Nova
Quando era pequeno, Aloísio Fugulim, de 45 anos, admirava os desenhos que um dos seus irmãos fazia, principalmente os super-heróis e vilões criados por ele. Ele se encantava com as cores e formas que o irmão colocava no papel e recordar essas imagens traz ótimas lembranças da época que viviam o interior.
Aloísio é um dos 40 atendidos no Acolhimento Institucional para Pessoas Adultas em Situação de Rua, em Campo Grande, e hoje também consegue se expressar de forma artística no Ateliê Livre Expressão, que acontece em parceria com o Programa Vida Nova Cariacica, lançado em julho pela Secretaria Municipal de Assistência Social (Semas) .
“Pra mim, poder colocar as cores no papel é uma experiência nova. E eu consigo fazer parecido com o que meu irmão fazia”, avalia Aloísio, que há um ano e meio é atendido no abrigo municipal.
O ateliê que oferece oficina de artes no abrigo faz parte do Projeto Envios Possíveis, que foi viabilizado por um edital do Governo do Estado e é executado por estudantes da Faculdade Multivix. Os acolhidos também são orientados na prática de colagem, pintura, desenho e também participarão de cineclubes.
“Nós acreditamos que a arte tem o poder de cura e que a produção estética e cultural das pessoas que estão à margem da sociedade também importa. Por meio da arte, eles podem expressar quem eles são”, pontuou Alana Simões, psicóloga. Ela é uma das oficineiras, juntamente com Re Henri, psicóloga e artista plástica; e Marcela Matos, pesquisadora e produtora cultural, além de estudantes da Multivix.
“As oficinas possibilitam que os atendidos se expressem e nos deem pistas de suas habilidades e expectativas para que possamos ajudá-los a construir e novos projetos de vida”, destacou Luiz Melo, que é referência técnica do Vida Nova Cariacica.
Melo explica que procurou a parceria do Envios Possíveis porque o projeto tem a mesma proposta da iniciativa municipal, que é utilizar a arte e a cultura como ferramenta de transformação.
“Todas as semanas, 20 atendidos pelo abrigo participam das oficinas. Começamos há 20 dias e já percebemos o engajamento dos acolhidos. Também já identificamos pessoas com perfis para serem inseridos no mercado de trabalho”, acrescentou.
Após as 37 sessões do Ateliê Livre Expressão, o material produzido pelos atendidos pelo abrigo vão fazer parte de uma exposição e um catálogo com as obras.
Reprodução: PMC
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