Programa Vida Nova Cariacica leva novos rumos à população que já viveu nas ruas
O nome dele é Washington José, 58 anos, e o sobrenome é Vitória. E uma sequência de vitórias é o que ele vai encontrar a partir de agora, que está sendo atendido pelo Vida Nova Cariacica, um programa da Secretaria Municipal de Assistência Social (Semas), desenvolvido junto a pessoas em situação de rua.
A vontade de ser livre fez com que ele se aventurasse, aos 18 anos, por uma vida sem rumo. Washington nasceu em Vila Velha, mas viveu 40 anos em longas permanências pela rua, em vários Estados do Brasil, também marcadas por experiências muito ruins, como a dependência de álcool e drogas. No mesmo período, teve quatro casamentos, que deram como frutos cinco filhos. E foi o mais novo deles, de 11 anos, que motivou Washington a mudar de vida.
Com um talento voltado para as artes, Washington aprendeu nas ruas a fazer artesanato em arame, madeira, tecelagem e em cimento. Consegue transformar um pedaço de arame aparentemente sem serventia em bijuterias para vender em feiras. Ele também toca violão. Sua sensibilidade direcionada para o lado belo da vida esbarra ainda nos olhares de preconceito que enfrenta por onde passa. “É preconceito de todas as formas, que eu consigo ler no olhar das pessoas”, diz.
Projeto
Há cinco meses, Washington é um dos 40 atendidos pelo Programa Vida Nova Cariacica, que funciona no Acolhimento Institucional para Pessoas Adultas em Situação, em Campo Grande. O programa é uma ferramenta que visa articular chances de concretização de sonhos pessoais e profissionais para pessoas em situação de rua.
Foi em uma das rodas de conversa que ele conseguiu, com a ajuda da equipe do projeto, perceber que tem potencial para a entrar no mercado de trabalho. “Tenho a consciência que não preciso só viver sem sentido. Tenho que cuidar de mim”, salienta o artesão, que pretende brevemente conseguir se sustentar e ter seu próprio lugar para morar e trabalhar.
No programa Vida Nova Cariacica, a Semas vai rastrear a qualificação das pessoas em situação de rua e encaminhá-los para os estudos e para o mercado de trabalho. Washington já fez um curso de auxiliar de televendas e também vai se inscrever na Feira de Economia Solidária, que acontece nos próximos meses no município.
Reprodução: PMC
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