Suspeito de aliciar clubes em esquema de manipulação de resultados é preso em Cariacica

Um homem de 49 anos foi preso na manhã desta quarta-feira (9), em Cariacica, acusado de atuar como aliciador em um esquema nacional de manipulação de resultados em partidas de futebol. Ele é um dos alvos da Operação Jogada Marcada, deflagrada pela Polícia Civil de Goiás (PCGO), que cumpriu seis mandados de prisão e 19 de busca e apreensão nos estados do Espírito Santo, Goiás, Ceará, Maranhão, Paraíba e Pernambuco.
De acordo com o delegado Eduardo Gomes, do Grupo Antirroubo a Banco da Delegacia Estadual de Investigações Criminais (Deic) de Goiás, a investigação teve início após uma denúncia feita em 2023 por Marco Antônio Maia, presidente do clube Goianésia, antes do início do Campeonato Brasileiro Série D.
Segundo o delegado, o dirigente foi procurado por um homem residente no Espírito Santo, que se apresentou como intermediador de apostas esportivas e propôs R$ 1 milhão para o time que aceitasse manipular partidas, além de R$ 300 mil ao próprio presidente do clube como comissão pela intermediação.
“A investigação começou com essa denúncia do presidente do Goianésia, que relatou ter sido abordado por um aliciador oferecendo valores para manipular jogos. A partir disso, identificamos o suspeito, que reside no Espírito Santo e possui diversas conexões com o meio esportivo, especialmente no futebol”, explicou o delegado em coletiva de imprensa, sem revelar a identidade do preso.
A estratégia dos criminosos era abordar clubes de menor investimento, onde seria mais fácil cooptar jogadores, treinadores e dirigentes. Ainda segundo a Polícia Civil, o homem preso não tem ligação comprovada com clubes goianos, mas já havia se envolvido com times de outros estados.
No Espírito Santo, foram cumpridos dois mandados judiciais no bairro Porto Santana, em Cariacica: um de busca e apreensão e outro de prisão. O suspeito foi encaminhado ao Centro de Triagem de Viana (CTV) e permanecerá à disposição da Justiça de Goiás. Materiais apreendidos em sua residência serão analisados ao longo das investigações.
Até o momento, a operação já resultou na prisão de cinco pessoas: um ex-presidente de clube, um ex-árbitro federado, dois ex-jogadores que teriam recebido dinheiro pelo envolvimento e o aliciador detido no Espírito Santo. Um dos investigados ainda está foragido.
Segundo a PCGO, o esquema criminoso já teria movimentado pelo menos R$ 11 milhões, com valores obtidos de forma ilegal por meio de plataformas de apostas online. A estrutura da organização era hierarquizada, com financiadores, intermediários e executores, que incluíam atletas, técnicos e dirigentes de clubes.

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